Cinco meses volvidos, eis chegada a hora de concluir este blogue, que mais não é do que uma singela homenagem a essa grande instituição que é a Língua Portuguesa. Em jeito de despedida, oferecemos-vos dois passatempos relacionados, de uma maneira ou de outra, com a nossa língua materna.
Horizontal
1. Autor que escreveu o livro favorito da Joana
2. Poema de Miguel Torga, escolhido para celebrar o Dia dos Namorados
4. Reconhecido autor luso-americano, escreve romances de suspense e espionagem
10. Autor americano a viver atualmente em Portugal. Escreveu, entre outros, "O último cabalista de Lisboa"
11. Elefante protagonista da história que conquistou a Daniela
12. Poema camoniano cantado por Ana Moura
13. Primeiro nome do nosso colega vencedor do concurso Antena 1 sobre o futuro da democracia
Vertical
1. Cidade com maior número de portugueses no mundo e onde existe um museu da Língua Portuguesa
3. Título do post publicado no dia 14 de fevereiro
5. Poema de Manuel Alegre sobre a guerra colonial
6. Século em que a Língua Portuguesa entrou na fase moderna
7. Tipo de poema usado pelas autoras do blogue para se apresentarem
8. Poema de Mia Couto, publicado em janeiro
9. Poema de Cecília Meirelles cantado por Fagner
10. Uma das palavras que beijam a Andreia
A B R F E R N A N D O X N A M O R A D G
C E R G E L A X L E U N A M J N F A I Q
N R F I M O O U O A C J D B Ú A V J O L
A N Y L I D S X I D A H K N L L E O G A
P A Z X G E S G G N M P S Y I U G S O N
S R O V U R E E É A Õ M K S O C A É X T
E D R I E X P D R R E U X E X R C X B Ó
X I I C L S X Z X I S A V T D E O S E N
A M E E X E O H É M D W R A I H B A R I
L X U N T V D L S X N L Y I N X J R N O
E R Q T O L N U O E K R J Y I E M A A X
B I X E R A A H J D W P X C S R U M R F
R B E U G É N I O X D E X A N D R A D E
O E D A A I R R B Á J U U L F N Q G E R
L I X J T W E V I S X N I U V A Z O S R
F R A S M C F A L X B E R T O X Z P U E
X O O A Q U I L I N O X R I B E I R O I
K G T T E R R A G X A D I E M L A Y D R
A D N S O R I E R G E N X A D A M L A A
O R I E N R A C X Á S X O I R Á M P F S
Em Memorial do Convento são muitas as personagens que merecem a nossa atenção. No entanto, é impossível falarmos desta obra sem referirmos o casal Blimunda e Baltasar, dos quais é quase impossível não gostar!
Resolvemos então criar duas páginas de Facebook para vos dar a conhecer mais sobre eles. Esperemos que aprendam algo novo!
“Não importa o quão ocupado sejas, encontra tempo para ler, ou entrega-te à ignorância voluntária”
Confúcio
Já repararam como é comum as crianças fazerem-se acompanhar de um livro aonde quer que vão? Dificilmente encontrarão uma criança que não goste de histórias, que não aprecie momentos de leitura, que não reclame quando o adulto, que lê para ela em voz alta, salta um parágrafo ou uma página de um livro lido e relido inúmeras vezes… As crianças são, por norma, amantes de livros. Porém, este amor pelas palavras impressas sofre, invariavelmente, um duro golpe quando as crianças deixam de o ser e se tornam adolescentes. De repente, já não há tempo para ler, o que antes constituía um prazer torna-se difícil, chato, embaraçoso e, até mesmo, irrelevante. Lê-se, quando muito, as legendas de um filme ou de uma série televisiva… Jogar computadores ou navegar na internet parece tão mais interessante!
Sem nos darmos conta, entregamo-nos à “ignorância voluntária”. Abdicamos de conhecer as pessoas interessantes que habitam as páginas dos livros; deixamos de fazer magníficas viagens guiadas por brilhantes autores; ignoramos, de livre e espontânea vontade, ideias, teorias e factos que poderiam enriquecer a nossa vida sobremaneira…
Não fosse o currículo nacional e a exigência dos professores, muitos adolescentes jamais leriam um único livro! Assim, porque os programas o exigem e porque há exames de Português no fim de cada ciclo de ensino, mesmo os mais renitentes vão lendo algumas obras. Todavia, é raro ouvir alguém dizer que ganhou gosto pela leitura graças à “leitura obrigatória”… Porque lamentamos que assim seja, pensámos, nestas últimas semanas, dedicar-nos à leitura lúdica de uma obra de leitura obrigatória no 12º ano de escolaridade: Memorial do Convento, de José Saramago. Queremos partilhar convosco formas diferentes de trabalhar a obra e, ao mesmo tempo, deixar-vos com algo que poderá ser útil a todos quantos frequentem o 12º ano nos próximos anos letivos. Esperamos que gostem, que os livros estejam sempre convosco e que alcancem o dom de se deixar devorar por eles!
A intertextualidade consiste na referência a outros textos, a outros autores, a outros mundos, a outras personagens. Ao longo de Memorial do Convento são inúmeras as referências: de Camões a Pessoa, passando por Shakespeare e pelo Padre António Vieira.
Deixamo-vos com um exercício que vos poderá ajudar no vosso estudo, no qual são mencionadas algumas referências intertextuais presentes na obra de José Saramago.
Cremos poder dizer, sem arriscar mentir, que a tarefa mais difícil relacionada com este blogue foi a escolha do título que lhe dá nome… Foram horas de sugestões e discussão, até que concordámos que Atlântico de Histórias se coadunava perfeitamente com a leitura que fizemos do concurso e com aquilo que decidimos criar e transmitir.
Sendo o tema deste ano os 800 anos da Língua Portuguesa, sabíamos de antemão que muitas histórias estariam presentes. Mas cientes de que a Língua Portuguesa se fez ao mundo através do oceano Atlântico, decidimos que fazia todo sentido referi-lo. Daí que tenhamos escolhido “Atlântico de Histórias”, porque histórias escritas em Português surgem em muitas costas diferentes banhadas pelo Atlântico.
Mas se foi através desse que a Língua Portuguesa primeiro chegou a outras costas, é também a sua travessia que permite a autores de outras línguas chegarem a Portugal. Hoje deliberámos falar não de autores portugueses, mas de três autores norte-americanos que escolheram viver em Portugal. Todos eles escrevem em Inglês, todavia já é possível ler, pelo menos um, em Português, pois as suas obras são encontram-se traduzidas e constituem um sucesso de vendas.
"Num único dia – 25 de Abril de 1974 – toda a história muda em Portugal. A tal ponto que os anos 70 se condensam e resumem nessa jornada, data que imprime a sua marca a todas as facetas do decénio, qualquer que seja o capítulo a considerar. Para a memória das gerações que o atravessam, há um «antes» e um «depois» do 25 de Abril, fronteira entre dois mundos que dir-se-ia nunca se terem encontrado, duas vidas que parecem vividas nos antípodas da existência. É porém a mesma gente, o mesmo território, a mesma comunidade, o mesmo país, que ora está deprimido antes, ora acorda eufórico depois, a aparentar um estado muito próximo da esquizofrenia."
Crónica em Imagens - Anos 70, de Joaquim Vieira
Associando-se às comemorações dos 40 anos do 25 de Abril, a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) promoveu junto da camada mais jovem da população (alunos do ensino secundário e do ensino superior), uma reflexão quanto ao significado desta data e, em concreto, quanto ao futuro da democracia em Portugal e na Europa.
É neste contexto que, com muito orgulho, apresentamos o Pedro, nosso colega de turma, um dos vencedores desta iniciativa. Nos links que se seguem, é possível ler o seu trabalho e ouvir o seu testemunho, relativamente a esta experiência.
"Portugal, Democracia e Europa - E agora?" || Aluno macedense destacado a nível nacional
É na escola que se formam cidadãos e cidadãs com espírito crítico. É na escola que se formam cidadãos e cidadãs conscientes da importância de cada indivíduo e do seu papel na sociedade. É na escola que se formam cidadãos e cidadãs conhecedores dos seus direitos e deveres. É na escola que se formam os amantes, os baluartes da liberdade…
O Dr. Hugo Carabineiro é psicólogo na nossa escola, mas antes de ingressar na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto, onde se licenciou, foi aluno na nossa escola. Quando em 1994, frequentava o 10º ano, foi desafiado pela sua professora de Português a escrever um poema, com vista a participar num concurso promovido pela Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros para celebrar os 20 anos do 25 de abril. Fê-lo e venceu! Eis o poema:
Ainda que em 1999 se tenha descoberto o mais antigo documento escrito em português atualmente conhecido - Notícia de Fiadores - datado de 1175, o testamento de Afonso I, redigido em 1214 e preservado ao longo dos tempos, foi considerado o primeiro documento oficial em língua portuguesa. Daí que a data de 1214 assinale os primórdios da língua portuguesa escrita e se comemore, em 2014, os 800 anos da língua portuguesa.
Foram, obviamente, inúmeras as palavras que ao longo destes oito séculos se foram acrescentando ao léxico português. Mas hoje, escolhemos focar-nos numa palavra que, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, data de 1338 e ocorreu pela primeira vez no texto Descobrimentos Portugueses: LIBERDADE.
Não será, por certo, difícil imaginar por que motivo escolhemos a palavra LIBERDADE, hoje… Não são 800 anos, mas são 40, o que também é uma bela idade! Não é a palavra em si que os comemora, mas é o que ela significa que se festeja!
Abril de Abril, de Manuel Alegre || Revolução, de Sophia de Mello Breyner Anderson || O Dia da Liberdade, de José Jorge Letria
“Vivi, olhei, li, senti, Que faz aí o ler, Lendo, fica-se a saber quase tudo, Eu também leio, Algo portanto saberás, Agora já não estou certa, Terás então de ler doutra maneira, Como, Não serve a mesma para todos, cada um inventa a sua, a que lhe for própria, há quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseguido ir mais além da leitura, ficam pegados às página, não percebem que as palavras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão ali é para que possamos chegar à outra margem, a outra margem é que importa, A não ser, A não ser, quê, A não ser que esses tais rios não tenham duas margens, mas muitas, que cada pessoa que lê seja, ele, a sua própria margem, que seja sua, e apenas sua, a margem a que terá que chegar…”
in A Caverna, José Saramago
Somos margens. Somos leitoras ávidas. Somos “ratos de biblioteca”. Amamos os livros e a leitura. Inventamos a cada dia novas formas de ler. E os livros surgem, naturalmente, nas nossas conversas…
O amor é o amor — e depois?! Vamos ficar os dois a imaginar, a imaginar?...
O meu peito contra o teu peito, cortando o mar, cortando o ar. Num leito há todo o espaço para amar!
Na nossa carne estamos sem destino, sem medo, sem pudor e trocamos — somos um? somos dois? espírito e calor!
O amor é o amor — e depois?
Alexandre O'Neill |
Blogue criado para a participação na segunda edição do concurso Ler Em Português, promovido pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, a Rede de Bibliotecas Escolares e o Plano Nacional de Leitura, tendo como tema: Português, Uma Língua com História.
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