Cremos poder dizer, sem arriscar mentir, que a tarefa mais difícil relacionada com este blogue foi a escolha do título que lhe dá nome… Foram horas de sugestões e discussão, até que concordámos que Atlântico de Histórias se coadunava perfeitamente com a leitura que fizemos do concurso e com aquilo que decidimos criar e transmitir.
Sendo o tema deste ano os 800 anos da Língua Portuguesa, sabíamos de antemão que muitas histórias estariam presentes. Mas cientes de que a Língua Portuguesa se fez ao mundo através do oceano Atlântico, decidimos que fazia todo sentido referi-lo. Daí que tenhamos escolhido “Atlântico de Histórias”, porque histórias escritas em Português surgem em muitas costas diferentes banhadas pelo Atlântico.
Mas se foi através desse que a Língua Portuguesa primeiro chegou a outras costas, é também a sua travessia que permite a autores de outras línguas chegarem a Portugal. Hoje deliberámos falar não de autores portugueses, mas de três autores norte-americanos que escolheram viver em Portugal. Todos eles escrevem em Inglês, todavia já é possível ler, pelo menos um, em Português, pois as suas obras são encontram-se traduzidas e constituem um sucesso de vendas.
Ainda que em 1999 se tenha descoberto o mais antigo documento escrito em português atualmente conhecido - Notícia de Fiadores - datado de 1175, o testamento de Afonso I, redigido em 1214 e preservado ao longo dos tempos, foi considerado o primeiro documento oficial em língua portuguesa. Daí que a data de 1214 assinale os primórdios da língua portuguesa escrita e se comemore, em 2014, os 800 anos da língua portuguesa.
Foram, obviamente, inúmeras as palavras que ao longo destes oito séculos se foram acrescentando ao léxico português. Mas hoje, escolhemos focar-nos numa palavra que, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, data de 1338 e ocorreu pela primeira vez no texto Descobrimentos Portugueses: LIBERDADE.
Não será, por certo, difícil imaginar por que motivo escolhemos a palavra LIBERDADE, hoje… Não são 800 anos, mas são 40, o que também é uma bela idade! Não é a palavra em si que os comemora, mas é o que ela significa que se festeja!
Abril de Abril, de Manuel Alegre || Revolução, de Sophia de Mello Breyner Anderson || O Dia da Liberdade, de José Jorge Letria
17 de Janeiro de 2014. Termina hoje a primeira fase do concurso Ler em Português, no qual tem sido extremamente gratificante participar. Em jeito de despedida (que esperamos mais não seja do que um “Até já”), deixamo-vos com uma resenha de quem somos…
(E porque a poesia também se ouve, temos agora uma playlist no blog!)
"Esta expressão «Leitura», há cem anos, sugeria logo a imagem de uma livraria silenciosa, com bustos de Platão e de Séneca, uma ampla poltrona almofadada, uma janela aberta sobre os aromas de um jardim: e neste retiro austero de paz estudiosa, um homem fino, erudito, saboreando linha a linha o seu livro, num recolhimento quase amoroso."
Eça de Queirós
Porque estamos em pleno século XXI e não somos, definitivamente, homens finos e eruditos, leiamos em voz alta, não em recolhimento, mas revelando, mesmo assim, o nosso amor pela poesia!
"Menino", Manuel da Fonseca (Andreia)
"Amigo", Alexandre O'Neill (Daniela)
"Tenho Mais Almas que Uma", Ricado Reis (heterónimo de Fernando Pessoa) (Joana)
Blogue criado para a participação na segunda edição do concurso Ler Em Português, promovido pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, a Rede de Bibliotecas Escolares e o Plano Nacional de Leitura, tendo como tema: Português, Uma Língua com História.
língua portuguesa em 800 palavras