Sexta-feira, 10 de Janeiro de 2014
#5 - Verdes São os Campos, Luís Vaz de Camões

 

Verdes são os campos,

De cor de limão:

Assim são os olhos

Do meu coração.

 

Campo, que te estendes

Com verdura bela;

Ovelhas, que nela

Vosso pasto tendes,

De ervas vos mantendes

Que traz o Verão,

E eu das lembranças

Do meu coração.

 

Gados que pasceis

Com contentamento,

Vosso mantimento

Não no entendereis;

Isso que comeis

Não são ervas, não:

São graças dos olhos

Do meu coração.



publicado por atlanticodehistorias às 13:45
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Quinta-feira, 9 de Janeiro de 2014
#4 - O fogo que na branda cera ardia, Luís Vaz de Camões

 

O fogo que na branda cera ardia,

Vendo o rosto gentil que na alma vejo.

Se acendeu de outro fogo do desejo,

Por alcançar a luz que vence o dia.

 

Como de dois ardores se incendia,

Da grande impaciência fez despejo,

E, remetendo com furor sobejo,

Vos foi beijar na parte onde se via.

 

Ditosa aquela flama, que se atreve

Apagar seus ardores e tormentos

Na vista do que o mundo tremer deve!

 

Namoram-se, Senhora, os Elementos

De vós, e queima o fogo aquela nave

Que queima corações e pensamentos.



publicado por atlanticodehistorias às 15:26
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Quarta-feira, 8 de Janeiro de 2014
#3 - Há Palavras que Nos Beijam, Alexandre O'Neill

 

Há palavras que nos beijam

Como se tivessem boca.

Palavras de amor, de esperança,

De imenso amor, de esperança louca.

 

Palavras nuas que beijas

Quando a noite perde o rosto;

Palavras que se recusam

Aos muros do teu desgosto.

 

De repente coloridas

Entre palavras sem cor,

Esperadas inesperadas

Como a poesia ou o amor.

 

(O nome de quem se ama

Letra a letra revelado

No mármore distraído

No papel abandonado)

 


Palavras que nos transportam

Aonde a noite é mais forte,

Ao silêncio dos amantes

Abraçados contra a morte.



publicado por atlanticodehistorias às 21:27
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Terça-feira, 7 de Janeiro de 2014
#2 - Canção para a Minha Mãe, Miguel Torga

 

E sem um gesto, sem um não, partias! 
Assim a luz eterna se extinguia! 
Sem um adeus, sequer, te despedias, 
Atraiçoando a fé que nos unia!


Terra lavrada e quente, 
Regaço de um poeta criador, 
Ias-te embora antes do sol poente, 
Triste como semente sem calor!


Ias, resignada, apodrecer 
À sombra das roseiras outonais! 
Cor da alegria, cântico a nascer, 
Trocavas por ciprestes pinheirais!



publicado por atlanticodehistorias às 19:50
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Segunda-feira, 6 de Janeiro de 2014
#1 - Conquista, Miguel Torga
 

 

Livre não sou, que nem a própria vida
Mo consente.
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.


Livre não sou, mas quero a liberdade.
Trago-a dentro de mim como um destino.
E vão lá desdizer o sonho do menino
Que se afogou e flutua
Entre nenúfares de serenidade
Depois de ter a lua!



publicado por atlanticodehistorias às 23:07
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Domingo, 5 de Janeiro de 2014
Um poema por dia, nem sabe o bem que lhe fazia!

A nossa escola é uma escola aLer+, pelo que desenvolve inúmeras atividades com o intuito de promover os hábitos de leitura. Duas atividades que consideramos ser dignas de destaque são “Abre a pestana com um poema por semana” e “Uma leitura por dia, nem sabes o que bem que te fazia…”.

A primeira, com vista a incentivar a leitura e a divulgar poetas nacionais e estrangeiros, decorre semanalmente. Todas as semanas, num dia e num horário diferentes, é deixado um poema em todas as salas de aula para que o(a) docente que leciona a turma nessa hora o leia de forma expressiva e, eventualmente, o explore com os alunos e as alunas. Já a atividade “Uma leitura por dia, nem sabes o que bem que te fazia…” envolve todos ao alunos que frequentam a Biblioteca Escolar e implica a disponibilização diária de um documento de leitura (notícia, reportagem, cartoon, artigo, pintura, quadro,…).

Inspiradas nestas duas atividades, decidimos promover uma atividade para celebrar o “regresso às aulas” e à qual decidimos chamar: “Um poema por dia, nem sabe o bem que lhe fazia!”. Assim, a partir de amanhã e até sexta-feira, dia 10, publicaremos um poema por dia. Esperamos que gostem!



publicado por atlanticodehistorias às 16:05
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Blogue criado para a participação na segunda edição do concurso Ler Em Português, promovido pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, a Rede de Bibliotecas Escolares e o Plano Nacional de Leitura, tendo como tema: Português, Uma Língua com História.

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